QUANTO VALE O VOLEI NA TELEVISÃO?

Comentário semanal sobre a programação esportiva, por Albio Fabian Melchioretto (albiofabian@gmail.com).

A pergunta não se refere aos valores de negociação, mas aquilo que os dirigentes fazem. Se reclamamos que o futebol é caótico, o vôlei não fica atrás. De nada adianta haver jogadores profissionais se aqueles que controlam o esporte são amadores e incompetentes! É preciso profissionais em todas as áreas.

Estou vociferando hoje contra a mudança da regra dos pontos na Superliga. A mudança já vem de longa data – deste o início da atual temporada - , mas só hoje consegui pauta para tal. E isso tudo tem a ver com a televisão. Falo da redução dos sets de 25 pontos para 21 para a Superliga 2013/2014. Esta mudança não agradou muito aos envolvidos. Com o intuito de diminuir o tempo de jogo e não prejudicar a grade de programação da Globo/Sportv, detentora dos direitos de transmissão, a CBV implantou a mudança. Segundo reportagem do UOL Esporte vê TV, na opinião dos jogadores, a diminuição fará com que obviamente a exposição dos clubes e patrocinadores seja menor, especialmente na TV aberta.

Se não bastasse isso ainda temos a questão do monopólio. Segundo o site Esporte e Mídia a Rede Globo não quis renovar o repasse dos direitos do certame para o Esporte Interativo, como nos anos anteriores. De acordo com uma fonte ouvida pelo blog citado, o Sportv teria pressionado a Globo para não vender a Superliga para o Esporte Interativo.

A televisão é a vitrine e ela não pode ser dona dos manequins. Já basta o estupro de não pronunciar os patrocinadores, agora há a interferência nas regras do jogo. Isto está passando dos limites. Não quero entrar no mérito do jogo, se ficou melhor, mais atrativo ou mais forte, este não é ponto. Esta discussão caberia a FIVB e não para a televisão. Aqui está criado um precedente perigoso. O poder deixa de ser daqueles que coordenam o esporte e passa para aqueles que mostram. Temos uma inversão de poder. Infelizmente o esporte é submetido a vontade de poucos e por isso estamos longe de ser um país olímpico. Nosso esporte é pobre e para a televisão NADA VALE!

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